Crítica: Uma Família Feliz é um bom suspense, que te pega pela dúvida - cabanageek

[CRÍTICA] Uma Família Feliz é um baita suspense brasileiro, que te prende pela dúvida!

O que você faria se em um determinado momento da sua vida, você tivesse que lidar com a cultura do cancelamento te atingindo com tudo? É o que Uma Família Feliz faz você questionar, além de ser um suspense que vai mexer com você.

Se deixasse isso no ar, provavelmente você se lembraria do episódio de Black Mirror, Odiados pela Nação. Que é uma série que fala exatamente disso. Porém, aqui vamos falar do novo longa de José Eduardo Belmonte, que contou com roteiro e argumento de Raphael Montes.

E é esse assunto que faz a história cativar o espectador, mexer com a sua cabeça. Porque é exatamente sobre aparências que o filme fala. Quem vê uma família perfeita, não pensa nas coisas que podem acontecer entre quatro paredes. É esse motivo que o novo longa vai fazer você se questionar, além de segurar o ar em momentos de tensão.

O julgamento precoce é o que faz Uma Família Feliz ser interessante

Partindo do princípio, no longa o público vai conhecer Eva, uma mulher loira, bonita, com uma família estilo os de comerciais de margarina. Ela tem uma casa bonita, num condomínio perfeito, com suas filhas gêmeas e seu marido, Vicente.

A história começa a se desenrolar quando o terceiro filho do casal, Lucas, nasce. Tomada de preocupações, sem conseguir voltar ao seu trabalho, que é a criação de bebês reborn, Eva se vê envolta por um puerpério difícil. É quando o bebê aparece machucado, que a vida da mulher vira de ponta cabeça e os julgamentos se tornam ainda piores.

Então aqui, vemos uma direção incrível de José Eduardo Belmonte, que casa diversos elementos com os cenários. Principalmente a trilha sonora, que deu uma grande diferença na trama, porque ela se conecta bem e é necessária para passar a atmosfera de suspense do longa.

Confira a crítica do Cabana Geek de Uma Família Feliz - cabanageek
Imagem: Estação Nerd/Reprodução

De princípio, você acredita que a história é sobre o puerpério difícil de uma mulher, sobre a questão da saúde mental. Porém, Uma Família Feliz vai além disso. Porque mostra como o mundo de aparências, aquele que se vê através das telas, pode mexer ao máximo com uma pessoa.

Raphael Montes se mostra incrível ao trazer um roteiro com ótimos pontos a serem abordados, além de deixar o espectador sem fôlego. Porém, o que chama a atenção mesmo, é o benefício da dúvida. Porque chega um momento em que você começa a se questionar se Eva é a certa, se não é. Se, no fim, Vicente tem algum envolvimento, se ele trai a esposa. E assim vai.

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E é isso que faz o plot twist da história ser tão interessante, porque você vai pensar qualquer coisa, menos que é aquilo destacado no final. O que prova, mais uma vez, que as aparências e o julgamento precoce aqui importam e até demais.

Um detalhe que é muito legal de notar é que há pontos sutis durante o decorrer do filme que entregam quem está por trás de tudo. Isso faz com que o final do filme se torne ainda mais surpreendente para o espectador. Portanto, preste atenção!

Grazi Massafera brilha como Eva no longa

O elenco no geral tem uma entrega e energia no filme, porém é importante demais destacar o trabalho de Grazi Massafera. Inclusive, a escolha dos personagens principais foi certeira neste ponto.

Massafera e Reynaldo Gianecchini formam o par perfeito, o conceito ideal do que seria um casal digno de um comercial. A beleza dos dois, já que ambos são consagrados no meio por seu talento e beleza, coroam a escolha dos nomes. Além disso, eles entregam uma atuação perfeita, que deixa você imaginar diversos finais.

Grazi Massafera é a Eva ideal em Uma Família Feliz. Veja a crítica - cabanageek
Imagem: Terra/Reprodução

Porém, Grazi merece o destaque nessa questão, porque ela entrega uma Eva perfeita. Tanto no físico quanto em sua interpretação. Em determinados momentos, você se pega tentando entender o que a personagem fez, se ela fez mesmo. É duvidar de si mesmo e dela, tudo ao mesmo tempo.

Uma Família Feliz é um suspense brasileiro que vale a pena dar uma chance

Uma coisa que é importante avisar é que se você vai esperando sustos e jumpscares, o longa não é esse tipo de filme. Ele é mais voltado para o psicológico, para te confundir, para te prender em suas próprias dúvidas. O que é que faz ele ser bom e te segurar de alguma forma.

Raphael Montes, roteirista do filme e autor do livro, diz que é importante ler a obra primeiro, porque ela complementa o filme. Porém, isso vai te dar uma visão completamente diferente do longa. Por isso, a recomendação pessoal do Cabana Geek é você talvez assistir, depois ler e assistir mais uma vez.

Isso porque se a redação não tivesse lido antes, acredita que teria uma surpresa ainda maior. Foi um ponto negativo, mas baseado em uma experiência completamente pessoal. E mesmo assim, num todo, o filme funciona de forma bacana e conseguiu prender a atenção, mesmo já sabendo do final.

Uma Família Feliz chega aos cinemas no próximo dia 4 de abril. Para mais novidades e informações, continue aqui no Cabana Geek.