Não dá pra negar que Bom Dia, Verônica é um verdadeiro sucesso brasileiro na Netflix. E foi assim que Raphael Montes e Ilana Casoy, a grandiosa dupla que escreve livros com serial killers e mistérios, furou a bolha e ficou ainda mais conhecida.
Bom Dia, Verônica simplesmente conquistou um público gigantesco com sua trama visceral. O que foi uma grande surpresa para quem não conhecia as mentes por trás da trama, além de fazer os fãs se apaixonarem ainda mais. O Cabana Geek teve a oportunidade de entrevistar Raphael Montes e falar um pouco mais sobre o barulho que Verônica Torres fez ao chegar no audiovisual.
O início de um dos projetos mais impactantes na Netflix
Montes começa explicando que Bom Dia, Verônica foi um livro escrito para ele e Ilana Casoy se divertirem. A história demorou cerca de dois anos para ser escrita e nenhum dos dois sabia se ele seria, de fato, publicado. Não a toa, foi assim que o pseudônimo Andrea Killmore nasceu.
Ao mesmo tempo, eu estava começando a minha carreira como roteirista de televisão. Passei pela TV Globo, fiz alguns projetos para a TV Globo e a Netflix me convidou para fazer uma série. E aí eu propuz fazer Bom Dia, Verônica, dizendo que queria fazer uma série de um livro que eu havia lido, porque ele não era publicado no meu nome. E eu não contei que era um dos autores do livro.
Raphael Montes explica também que livro e série são um tanto diferentes, mas de forma complementar. E ele gosta dessa ideia, por conta da experiência diferente que as pessoas terão ao ter contato com as duas obras. Além disso, ele fala que ao trazer o projeto para uma série, ele precisou pensar específicamente nisso. Que a ideia era que a cada temporada, Verônica Torres tivesse um despertar.
Se você reparar, a Verônica em cada temporada, desperta para um aspecto da vida dela e se transforma. Então se você perceber, a Verônica sempre muda ao longo de cada temporada. […] Essa terceira temporada é sobre quem é a Verônica. Na primeira temporada, é sobre a invisibilidade dela, sobre as mulheres invisíveis, a Marta que tenta denunciar e não consegue, a Janete tenta denunciar e não consegue. A filha dela que sofre bullying, tenta denunciar e não consegue e ela mesma que ocupa esse lugar da delegacia, tóxico, e que também é meio invisível ali.
As Teorias dos fãs e a importância de Bom Dia, Verônica
Durante a estreia de Bom Dia, Verônica, o X (antigo Twitter) foi inundado de teorias e detalhes que só os mais atentos notaram. Uma das que mais chamou a atenção da redação do Cabana Geek foi de uma conta em que explica que o Matias e o Jerônimo seriam parte da personalidade do Brandão dos livros.
É claro que perguntamos isso durante a entrevista com Raphael Montes e ele achou a ideia muito boa, mas afirma que não tem nada a ver. O que pode ser uma decepção para os fãs, porque muita gente concordou e achou super bacana essa teoria inusitada.
Engraçado, porque eu não acho isso não. Eu acho eles três bem diferentes entre si. Pra mim, a história, que são três irmãos que tiveram uma infância num orfanato traumático, dos quais um deles é filho de sangue do tal Monsenhor, que é o Jerônimo, os outros dois [Matias e Brandão] são filhos adotivos. Até no livro tem uma coisa com a origem do Brandão, a relação com a avó dele, que ele cometeu o crime, então ele justamente passou pelo orfanato. Mas eu acho os três perfis muito diferentes, são níveis diferentes de psicopatia, níveis de diferentes tipos, né? O Matias, por exemplo, ele é um narcisista. O Brandão não é exatamente um narcisista, então são perfis psicológicos diferentes, eu não acho que eles tenham semelhança não.
Seguindo essa linha sobre os perfis e a violência que cada um tem, o Cabana Geek aproveitou para perguntar para Raphael Montes como ele vê seu trabalho impactando em situações reais. Como por exemplo, muitas mulheres afirmam nas redes sociais que por conta da primeira temporada da série, conseguiram se livrar de relacionamentos abusivos e denunciar violências domésticas.
Montes afirma que se sente muito feliz com isso e ele acredita que o entretenimento e a dramaturgia chegam nas pessoas por um lugar muito simples, que é a emoção. Isso porque o espectador está ali, diante de uma personagem ao qual acaba se vinculando e torce por ela.
Para o autor, quando o espectador se projeta em cima do personagem e se entrega pelas emoções, ele para de pensar e só sente. Então isso é muito bom, porque o lugar que ele e outros autores ocupam é de muita responsabilidade perante esses detalhes e essas histórias que são contadas.
Eu acho que o lugar que nós autores ocupamos é um lugar de muita responsabilidade, porque a gente pode, na medida que a gente acessa a emoção das pessoas, fazer duas coisas. Só acessar essa emoção e fazer firula para contar uma história. Mas a gente também pode, ao invés de só entreter, além de entreter, porque eu acho importante isso, provocar, instigar, fazer pensar. E eu acredito em histórias que são assim. Na verdade, é para isso que eu escrevo histórias, desde os meus livros. Eu faço histórias para provocar e causar esse tipo de pensamento.
Raphael Montes e seu novo projeto: Uma Família Feliz
As notícias são ótimas para os fãs do autor, que já está chegando com um novo projeto. Uma Família Feliz é o mais novo livro e filme de Raphael Montes. É isso mesmo que você leu, inclusive, o livro já está nas livrarias de todo o Brasil e vai trazer um assunto interessante de ser abordado: a maternidade.
O lançamento do livro e do filme terá diferença de pouquíssimo tempo, por isso pra quem gosta, dá tempo de ler o novo trabalho de Raphael Montes e se preparar para a estreia nas telonas. O autor falou um pouco sobre a novidade, contando o que a trama vai abordar.
Uma Família Feliz é uma ideia que eu já tenho há muitos anos. Conta a história de uma família perfeita, de uma mulher linda casada com um homem lindo e eles são pais de gêmeas, muito fofas, mas de personalidades bem diferentes entre si. Uma é mais ativa e a outra é mais contida. E a Eva, que é essa protagonista, é a mãe, engravida de um terceiro filho. Já aí a gravidez é complexa pra ela, ela sente a pressão de ser um menino, já que ela já tem duas meninas, o pai quer um menino. E quando o bebê nasce, ela começa a se sentir estranha. O bebê dorme pouco, ela tem problemas com o sono e ela vai vivendo uma espécie de depressão pós-parto. Até que o o neném aparece machucado, outras coisas estranhas acontecem e ela é acusada de fazer tudo isso.
Ou seja, só pela pequena descrição que Raphael Montes nos dá, já dá pra perceber que tanto o livro quanto o filme serão espetaculares. Até porque o assunto maternidade é algo que as mulheres, principalmente, vivenciam muito. Independente do tempo, uma vez que o maternar está no sonho de muitas mães.
Se você gosta de algo voltado para o suspense, Uma Família Feliz é a indicação para você. Montes explora o assunto com aquela pitada do terror psicológico que muita gente gosta e busca em projetos como esse.
Então, é um suspense psicológico, que trata de assuntos como a pressão da maternidade e machismo. Eu escrevi essa história muito depois de conversar com amigas que estão entre os trinta e os quarenta, então, em diferentes situações. Algumas que não foram mães e sofrem pressão da família, dos amigos, ‘quando você vai ser mãe? Já está chegando nos quarenta’. Outras que tiveram que baixar o ritmo da carreira, do mestrado, do doutorado, pra poder ser mãe porque sentia uma certa pressão. Algumas que foram mães e não gostaram de ser mãe. Então eu fui ouvindo tudo isso e pra mim é um tema que eu tenho certeza que vai impactar, porque é um tema que toda mulher vive, basicamente.
Raphael Montes finaliza dizendo que foi muito legal ele fazer esse filme, porque o roteiro fica por conta dele. Porém, além disso, o autor também foi diretor assistente nas gravações, trabalhando com Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini, que são os personagens principais da história.
As filmagens duraram cerca de quarenta dias e o autor ainda compartilha uma curiosidade bacana com o Cabana Geek:
Enquanto eu estava no set de filmagens, eu decidi escrever o livro. Eu comecei o livro no set, mas terminei um ano depois do final das filmagens. E o livro sai antes do filme, então eu recomendo que as pessoas leiam o livro, lá nas livrarias. Ele é um livro que você lê muito rápido e depois vejam o filme, porque dai as pessoas vão perceber que são histórias complementares, mas diferentes. Tem bastante coisas diferentes, existe muita diferença entre uma coisa e outra.
Por isso, corra até a livraria mais próxima da sua casa e garanta o exemplar de Uma Família Feliz. E caso você queira conhecer ainda mais sobre o novo projeto, confira logo em seguida o trailer do novo longa que chega no dia 4 de abril nos cinemas:
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